10 março 2009

Litoral

E depois de um fim-de-semana super bem passado em casa do Beto e da Sandra, com direito a churrasco gaúcho, cervejinhas geladas e bom papo, deixámos São Paulo para trás. Agora, sim, começou o passeio.
Em pouco mais de uma hora descemos em direcção ao litoral (Santos) por duas estradas absolutamente deslumbrantes. A primeira, a Imigrantes, é uma autêntica auto-estrada, com pedágio, piso excelente, ladeada por planícies verdejantes e braços de água da Represa Billings.

Na segunda, a Anchieta, a cada curva da serra entreabre-se a Baixada Santista, por entre a luxuriante Mata Atlântica. O engenho humano teve aqui, não duvido, um momento de inspiração. Túneis, viadutos e pontes surgem engolidos pela folhagem da encosta, sem se perceber onde começam e onde acabam. A cotas de centenas de metros de diferença, a dezenas de quilómetros de distância, camiões sobem do porto ou descem até ele, por faixas de sentidos únicos, que mal se cruzam desniveladas e nunca se encostam nas inversas. Lá em baixo, o Atlântico espera nas praias que nos acompanham depois, pela Rio-Santos. Também em óptimo estado de conservação, esta é uma estrada que sobe até ao Rio protegida à esquerda pelas Serras do Quilombo e do Mar. A Mata Atlântica continua - e continuará do nosso lado até daqui a uns bons dois mil quilómetros -, com o seu cheiro a terra húmida, verde negra e contrastante com o mar. Quando a deixam, só pára nas areias das praias.

E com o gps que o Beto fez questão de nos oferecer (mais uma vez, 1000 x obrigados!), chegámos até Juquehy, pequena cidade litoral, com praias lindas e pousadas cuidadas. A época é baixa, a confusão é quase nula. Com o wi-fi da pousada cá recomecei a trabalhar, ou não me vá eu esquecer de como isso se faz! Na semana que tirei de férias, os urubus dos meus clientes não se acanharam de me mandar mais uma boa dezena de trabalhos. Venga, são vocês mesmo que escolhemos para patrocinar o passeio!