19 março 2009

Parabéns, Puto!

Antes de mais nada, três beijões de parabéns deste lado do charco, para o mano/tio/cunhado mais novo. Em tua honra, fizemos hoje o périplo (possível) da arquitectura do Rio - aquele que tu, com certeza, gostarias de fazer.

Começámos pela obra em que Niemeyer se estreou, sob a tutela de Corbusier: o Palácio Gustavo Capanema, o primeiro grande prédio modernista do mundo (1937-43). Lúcio Costa, Niemeyer e Affonso Reidy desenharam e executaram este edifício suspenso no exterior em colunas de 10 metros, mas que entram pelo prédio adentro e se prolongam até ao topo. Sede de serviços públicos, no centro do Rio, com azulejos de Cândido Portinari e jardins de Burle Marx.



A seguir, as ruas levaram-nos pela 7 de Setembro até à Luís de Camões, donde se entra para o Real Gabinete Portuguez de Leitura. Pelo menos 350 mil obras de literatura portuguesa ("mais velhas do que Cristo", segundo o Henrique), onde moram, entre outros, um exemplar da 1ª edição dos Lusíadas e outro dos sermões do Padre António Vieira. Aliás, está em especial destaque o IV centenário do nascimento do autor dos sermões aos peixes. A sala pública deste edifício manuelino tem 400 m2 e 23 m de altura, forrados de estantes e lombadas a toda a volta. Um vitral na sala principal garante a entrada de luz directa. Soberbo.


À volta, depois de muitos calores e caminhadas, acabámos no Aterro do Flamengo, no Museu de Arte Moderna, outra obra de Affonso Reidy, mais uma vez com paisagismo de Burle Marx. Desta vez, o edifício espalha-se na horizontal, suspenso em colunas em V, que desimpedem os ares e os olhares para a enseada da Glória. Do jardim, mais exótico e ecléctico do que o do Palácio, entre nenúfares, pedras, palmeiras e amendoeiras, entrevê-se o Pão de Açúcar e a Urca.



E assim se passou o dia do Pai - que hoje foi um Paizão, por carregar às cavalitas os 20 e poucos quilos de gente que, a cada 20 metros, dizia estar cansado...
E, se começámos a dar os parabéns ao aniversariante, terminamos a mandar um beijo aos pais! Aos nossos e a todos os que conhecemos que merecem esse epíteto!

1 comentário:

  1. Ena, ena! Para além da graça de seguir essa viagem fantástica, ainda tenho o direito de ir vendo coisas fantásticas da arquitectura brasileira! E que excelente reporter que te estás a sair, prima!
    Beijos grandes e abraços a todos, continuação de boa viagem e cá vou seguindo a tua viagem, cá vou sendo um goitacá virtual através de ti...

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