17 março 2009

Paraty & Angra dos Reis

Deixámos o Estado de São Paulo e entrámos no do Rio. A diferença na condição das estradas é notório. Merecem aqui registo os trabalhos de manutenção constantes que vimos ao longo das estradas do Estado de São Paulo. Foram muitos os trabalhadores (armados de utensílios, entre eles catanas!), que vimos ao longo de centenas de quilómetros, a limpar as bermas, a arranjar o piso, a colocar sinais. E principalmente a combater a Mata Atlântica que invade as estradas. Passámos por zonas com autênticas paredes verticais de vegetação, contornámos centenas de curvas da serra, e tentámos olhar mais para a direita do que para a esquerda, porque, infelizmente, o urbanismo é um conceito reiteradamente ignorado nas cidades brasileiras. Vilarejos ou mesmo cidades maiores, que se vêem ao longo das estradas principais, crescem desordenadas e feias. Muitas dessas casas são apenas em tijolo, com a indispensável parabólica a fazer-lhe sombra. Ruas sem esgotos, onde as crianças brincam com galos e cães, sem passeios e sem alfalto. Como pano de fundo, o verde da Mata.

Na verdade, gostaríamos de ter visitado mais praias de São Paulo, porque não faltam enseadas convidativas. Por outro lado, apesar de o tempo estar quente e abafado, o céu está encoberto e parece que nos empurra para outras marés. Ao passar em frente à Ilha Bela, um dos destinos que tínhamos pensado visitar, não sentimos muita pena por não fazer a travessia até lá. Esperemos que, para a próxima, a cor do céu não se confunda com a do mar...
Além disso, quisemos honrar o combinado e, dia 11, seguimos para Paraty para encontrar a Ivone, a Sandra Fontes, o Miguel e a Sandra Farrajota. Sem marcar hora nem lugar certos, lá nos encontrámos numa das ruas empedradas do centro histórico! Como era de esperar, a boa disposição reinou durante esses dias...

Paraty é linda, com uma arquitectura cuidada e muita influência maçónica, pelo menos na iconografia usada na decoração das fachadas. Com a "engenharia portuguesa" que ainda hoje caracteriza as suas ruas (pedras redondas encostadas umas às outras, chamadas "pé de moleque"), sempre que a maré sobe, as ruas enchem de água; quando desce, lava as ruas. O pior são os trambolhões a que se está sujeito, porque não é fácil caminhar sobre tão irregular pavimento. E com o medo de pôr um pé em falso, quase não se tiram os olhos das pedras para contemplar o resto.

Pelo que me contaram (sim, porque fiquei a trabalhar!), as trilhas e as piscinas da praia da Trindade merecem uma visita prolongada. No dia seguinte, o passeio de barco, a contornar as ilhas e as praias de Paraty também é um programa indispensável. Alugámos um barco pequeno (onde o Henrique começou o seu estágio de marinheiro, ao leme), e fomos parando onde nos apeteceu, para comer e dar um mergulho. Apesar de a maré baixa nos ter preparado um "quase-encalhanço" à saída do porto, do desarranjo intestinal de um dos elementos :-) e da carga de água à chegada, correu tudo super bem! Ao fim da tarde, a chuva empurrou-nos para uma cachaçaria típica, onde o Rodrigo nos aturou algumas horas. Nada como estes momentos espontâneos!
Paulinho, fartei-me de me lembrar de ti e da nossa visita a Paraty!

Com o regresso dos "turistas" a Portugal, arrancámos em direcção a Angra dos Reis. A cidade, como tive oportunidade de ver da outra vez, é uma desilusão pura! As ilhas, depois de um outro passeio de escuna, ontem, são realmente mais atraentes, embora o dia não estivesse do mais ensolarado. Segundo a conversa para impressionar turista, muitas ilhas pertencem a figuras como Ronaldo, Ivo Pitangui, o presidente da Fifa, do Flamengo, Airton Sena, etc. Verdade ou mentira, pelo menos, estão bem conservadas.
Instalámo-nos na pousada Mar de Angra, a seguir ao Colégio Naval, em frente ao mar da praia grande. Aqui estaremos até 4ª, dia em que o Rio de Janeiro nos espera.

Sem comentários:

Enviar um comentário